[photopress:nascer_do_Sol.jpg,thumb,alignright]Há alguma coisa que se compare com a vida humana?
Talvez o mar, com seu fluxo e refluxo, que nunca se repete exatamente da mesma forma. É sempre algo novo, fascinante de se ver e ouvir. Algo imutável e dinâmico.Será que eu pensei o absurdo? Imutável, aquilo que não muda, e dinâmico, o que está sempre em movimento. É um paradoxo que explica (?), que mostra o mar. Assim como os dias se sucedem, parecem tão iguais e no entanto não há algo mais dinâmico, mais diferente.
Claro, para quem tiver olhos de ver…
O paradoxo é a maior chave para a compreensão dessas verdades.
Dia de sol, dia de chuva, dia de frio, dia de calor, dia de neblina, dia de claridade… Dia de amanhã.
E todo o dia ele se repete e ao mesmo tempo se inova. E a nossa forma de vê-lo dificilmente o acompanha. Ele é mais rápido do que nós. Ele já está amanhecendo, e nós ainda estamos dormindo… pelo menos a maioria de nós…
Paramos no tempo. O dia, não. Ele não pensa se houve sol ou chuva ontem. E nem se haverá amanhã. O dia vive o agora.
Há tanta coisa debaixo do Sol (tudo passa!) e nada que se explique por si só. A morte do dia não é o nascimento da noite? E a morte da noite, não é o nascimento do dia?
Tudo é uma sucessão de agoras. A pessoa, para ser feliz, tem que viver conforme a dança. E tudo dança agora.
A tristeza e a alegria só existem dentro da pessoa. Fora, tudo é normal. Uma tempestade passa. Um dia de sol passa. A noite vem. E de novo o dia. E de novo a noite. E novamente o dia… Será tão difícil viver conforme isso?
Muito, muito mais difícil é viver contra isso. Porque é viver contra quem criou os dias e as noites. É querer regular pela nossa vontade. É querer morrer. E nascer. E morrer. E nascer. Mas não viver.
Stela Vecchi
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