O desenvolvimento da civilização em nosso planeta está diretamente ligado à descoberta pelo homem da função de orientação da Estrela Polar, no Hemisfério Norte.
Naqueles tempos, os seres humanos não conheciam nada da realidade que os cercava! Tinham que observar e conhecer os movimentos do Sol e das estrelas para começarem a desvendar a Vida.
Quando alguém percebeu que havia uma estrela no céu que era fixa em relação às outras e que estava sobre o Pólo Norte, encontrou um ponto de referência seguro para aventurar-se e voltar com segurança para casa, mesmo à noite.
A descoberta e a expansão de nosso mundo se deu por causa desse conhecimento e de se encontrar algo seguro, que estava sempre lá.
De dia, ele tinha o Sol. E à noite, as estrelas fixas.
Nenhum instrumento pode substituir o valor da consciência dos luminares naturais, nem mesmo a bússola. Ela pode ser um auxiliar, mas é o conhecimento por nós que produz aquele senso de orientação interno, o Norte de cada um.
A Conexão – o micro e macrocosmo
Ainda, o conhecimento pela pessoa das duas orientações, Terra e Céu, sintoniza-a com o mundo terrestre e celeste e assim ela percebe a Vida na forma que ela realmente é, em todas as suas dimensões: o seu mundo interno — ela com ela mesma — do planeta que a sustenta — a Terra — e do céu em que esse planeta está inserido.
O senso de orientação é a base da verdadeira sensação de segurança, de paz interior: a pessoa sente que sabe para onde vai, porque ela caminha junto com o Universo, está inserida nele, faz parte dele.
E tem uma outra percepção que surge através deste conhecimento: quando estamos conscientes disso, percebemos a importância de nossa casa, nosso habitat no planeta, e sua conveniência em estar em harmonia com esses movimentos.
Com meus olhos fechados, consegui imaginar um tempo onde não havia desenvolvimento algum: sem carros, sem prédios nem casas de alvenaria, sem Internet, sem luz elétrica, sem indústrias…
Tudo para fazer: buscar lenha para não morrer de frio, ir atrás de alimento para não morrer de fome, buscar água, tudo muito rudimentar, tosco.
Pensei maravilhada na liberdade que adquirimos desse ponto de vista: se soubermos enxergar e usar esse desenvolvimento a nosso favor, podemos co-criar com a Natureza um verdadeiro paraíso na Terra.
Desde que aprendamos a viver em paz uns com os outros, claro.
Precisamos aprender a fazer a paz, no meio da diversidade de naturezas e condições que existem.
A construção da Paz no meio de nós
Será que quando Jesus profetizou que faríamos coisas ainda maiores do que as curas maravilhosas que fez não estaria se referindo ao fato de que conseguiríamos viver em paz uns com os outros?
Porque fazer a paz é a maior alquimia que existe.
A Vida está exigindo essa coerência de nós.
Mas, como podemos definir a paz, e como podemos colaborar para que ela exista?
Essa resposta brotou de dentro de mim, trazendo-me uma paz diferente, uma paz viva:
Paz é a aceitação e a compreensão de todas as correntes de idéias e sentimentos que formam nosso mundo, na Verdade de cada uma e na visão única que cada um de nós tem da Vida.
Paz é compreender que a Sabedoria é uma só.E foi justificada por todos que a têm como Mestra.
Depois dessa definição, refleti: Que loucura a forma humana de viver o que julga ser a paz!
Porque uma das maiores causas de guerras e incompreensões entre nós tem sido a divergência na forma de compreendermos Deus na diversidade de religiões.
Construir a Paz é uma das atribuições de todo ser espiritualizado
Há bons religiosos em todas as religiões e há maus religiosos em todas, também.
Como as pessoas que O amam podem brigar entre si, por causa de questões menores que a paz? Se O amamos, temos que respeitar a forma de pensar de cada um.
Quando Jesus disse “bem-aventurados os que fazem a paz, porque serão chamados de Filhos do Altíssimo”, não impôs condições.
Portanto, fazer a paz viva – não o comodismo que alguns insistem de chamar de paz — é cada um contribuir com ações coerentes ao seu grau de capacidade de compreensão e do lugar que ocupa no tecido social, colaborando assim para que o bem comum se estabeleça.
E sem deixar de ter a mesma atitude em relação a si mesmo.
Fazer a paz significa também ter respeito pela forma de ser do outro, mesmo que seja bem diferente da nossa.O desafio de aceitar as reações diferentes sem rotulá-las, segundo nosso código. Em vez de certo e errado, que tal o que nos faz bem e o que nos faz mal, de forma serena, constante? O bem está acima de qualquer lei.
Todos que buscam à sua maneira amar a Deus e viver em coerência com sua própria consciência, querem a mesma coisa: viver em paz.
Porque na verdade só há dois lados: os que agem a favor da Vida, e promovem a união, ou os que agem contra a Vida, através da desunião.
Stela Vecchi
Stela Vecchi é escritora e consultora de Feng Shui.
Autora do livro Feng Shui Lógico (Ícone Editora, SP, 2004), ministra cursos de Feng Shui Lógico, técnica que favorece a felicidade porque deixa sua casa harmoniosa e plena de energia benéfica.
Autora do livro No Céu do Hemisfério Sul – Brasil, um Novo Começo, onde analisa a bandeira brasileira de um ponto de vista inédito.
Seu último livro, O Caminho da Sabedoria, é sobre o amor e sobre o verdadeiro significado dos relacionamentos amorosos em nossa vida.Visite também o site: www.fengshuilogico.com
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