Podemos comparar Deus ao oceano e nós a uma gota dentro dele. Quando entramos na vida, a gota que somos é como se estivesse suja de óleo, portanto não se mistura com o mar, apesar de estar dentro dele.
E por isso não pode sentir a delícia de ser também o mar, fazer parte dele, ter o poder que ele tem, em sua proporção:
o Pai e eu somos um, mas o Pai é maior que eu.
Nosso trabalho nesta vida, auxiliados pelos mestres espirituais, é limpar a gota que somos nós até ela se tornar cristalina e poder fazer parte do mar novamente.
Não abrigar o mal dentro de si é agir sempre na pureza de intenção e na verdade. Agindo assim receberemos naturalmente as instruções relativas ao nosso caminho até a felicidade.
E todos serão ensinados pelo Espírito Santo…
Coração manso, humilde diante da grandeza da Criação, razão intuitiva, que vê além das aparências e que sabe aguardar o tempo do desabrochar de nossa natureza purificada. Deus não nos pediria nada que não fosse possível. Na verdade, só sofremos enquanto não compreendemos as razões das depurações. Com a compreensão do plano divino, o sofrimento cessa.
Conforme o grau de pureza da gota de água, mais felicidade, portanto prazer, ela sentirá porque o contato será mais pleno. Apesar de ser apenas uma gota, para ela será como se fosse o próprio oceano. A justiça no reino dos céus é completa: cada um terá a felicidade proporcional ao empenho que teve em amar a Deus com todas as suas forças, com todo seu entendimento, de todo seu coração. O segundo mandamento, já é o segundo: se realizar o primeiro, ele já contém todos os outros.
Esse é o verdadeiro religar, a conexão entre nosso mundo interior, nosso eu, com o mundo exterior: a Comunhão com a Vida que acontece dentro e fora de nós. Com o Amor que move o Sol e as Estrelas…
Para entrarmos na vibração do Amor que permeia todo o Universo é preciso compreender essas verdades.
Você sabe que a melhor forma de compreendermos as verdades espirituais é observar e conhecer a natureza? Observar a natureza é fundamental para compreendermos a altíssima sabedoria de Jesus, que com freqüência fazia comparações entre o Reino espiritual e ela. Na verdade, o mundo visível é um sinal do invisível…
Veja a importância que Jesus deu a esse conhecimento:
“Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: Aí vem chuva. E assim sucede. Quando vedes soprar o vento do sul, dizeis: Haverá calor, e assim acontece — Jesus estava no Hemisfério Norte, onde o calor vem do Sul. Hipócritas, sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente? Por que também não julgais por vocês mesmos o que é justo?” Lucas, 12
Pelas Suas palavras, subtende-se que o povo da época observava o céu e a terra e conhecia os sinais que eles emitiam. Jesus se admira do fato de as pessoas não deduzirem outros conhecimentos a partir disso, de não saberem discernir o que é bom e o que não é. Os chama por isso de falsos…
Hoje, nos afastamos dessa simplicidade: vermos como está o céu e deduzirmos o tempo.
A simplicidade de saber que uma boa árvore dá bons frutos. E que não se tira figos de espinheiros.
Ou a simplicidade de aplicarmos o que sabemos da Natureza em nossa vida prática, para entendermos nossos problemas pessoais, e nos relacionarmos com as pessoas de forma mais amena, compreensiva, amorosa. Poucos de nós têm olhos de ver…
Trecho extraído do novo livro de Stela Vecchi, O Caminho da Sabedoria
Leia:
Amor, a única religião possível
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